quarta-feira, 9 de outubro de 2019

Atividade Poesia Digital - Manuela Tavares e Luciana Moraes


Poesia Digital

Nossos dispositivos interconectados não suportam todo o aparato vivo
Vida para o consumo
Aventura ou hipercontenção?
Comunidades virtuais
Construo minha Zona a partir de impressões virtuais, ícones e contatos
Desenquadrando o tempo
Arquivos literários e edição
O pulso ainda pulsa
E o corpo ainda é pouco
A vida inteira que podia ter lembrado e se esqueceu do que esqueceu
Tela Tecla Tela Tecla
Tu? Tu? Tu? Tu?
-Não é mais possível uma conexão?
-Não. A única coisa a fazer é aprender novamente a olhar:
A vista da sua janela.
-Sim, em sua casa.
És todo incerteza, mas não sabes sofrer
Esperas que o pensamento não pese mais
Porém, as guerras e a fome não ensinam
O melhor da dor>> Procurar se educar
Cochila e espera, desde sempre,

O Ctrl Alt Del da História


Link da apresentação da poesia no Prezi: https://prezi.com/view/YjTun5vpdOImsFoz1CPB/




Diálogos sobre a realização da atividade:

Com a chegada dos anos 80, começa a haver uma nova fase de experiência de comunicação e informação a partir do contato das pessoas com o ambiente tecnológico consolidado. As mutações de conteúdos, ícone visualizados por diferentes perspectivas, sites, plataformas, através das telas dos computadores, fazem parte desta nova experiência em que a tela é uma interface de modo interativo, bidimensional, capaz de aliar a eletricidade biológica do usuário com a carga tecnológica da máquina.  Como a autora afirma: “O usuário foi aprendendo a falar com as telas”.
               
Os aparatos inovadores, como os telecomandos, gravadores de vídeo, câmeras e toda sorte de aplicativos criados pelos próprios internautas mais experientes vão moldando os hábitos exclusivos (a cada usuário) de consumismo automático.
               
A proliferação da “cultura de mídia” é o fator preponderante para o aparecimento de novos signos, se recompondo em ícones, hiperlinks, códigos inerentes a este novo campo de linguagem, que sempre estão se recompondo, atualizando com os algoritmos (independente de nossas escolhas). De fato, há uma infinita variedade de conexões possíveis, seja por meio das trocas de mensagens entre usuários nas plataformas das redes sociais seja por meio de softwares como o “ELIZA”, no qual está contida a ideia de intercâmbio, conversação (sistemática), “sessão terapêutica” entre o usuário e a máquina.
               
Por fim, o trabalho de “Poesia Digital” surgiu durante este nosso processo imersivo de leituras e escutas do mundo tecnológico, processo no qual nos percebemos enredados em três diferentes conceitos apontados por Santaella: “navegador errante” (que abduz), “navegador detetive” (que induz) e “navegador previdente” (que deduz). Todos estes seres estão em nós, transitando, participando das múltiplas plataformas da web e, o que precisamos, é ter mais consciência de nossas escolhas de acessos e compartilhamentos nesta nossa Era. Deve-se pensar, hoje em dia, portanto que a nossa vida interior é o principal acontecimento, a fim de que não nos percamos no fluxo da História, stories, atualizações, com a (in)consequente intenção de, enfim, “resetar” tudo. Esta foi a intenção do trabalho: questionar o que vivemos.




Como base teórica utilizamos os seguintes autores:


Arnaldo Antunes – “O pulso”
Manuel Bandeira – “Pneumotórax”
Carlos Drummond de Andrade – “Os Ombros Suportam o Mundo”
Lucia Santaella – “Substratos da cibercultura”
Santaella – “Da convivência à convergência das mídias”
Santaella – “Navegar no ciberespaço: o perfil cognitivo do leitor imersivo”






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